Versículo:” Vós sois o sal da terra”. Mat. 5: 13
O sol estava muito quente e a praia linda. O Mar estava azul, bem azul.
Quatro pessoas jogavam bola na areia branquinha da praia.
A bola era enorme e toda colorida.
- Pega a bola, mamãe !
- É que ela é grande demais, meu filho.
Papai morreu de rir quando o Serginho não conseguiu pegar a bola e ela correu para o mar e o Serginho ficou todo molhado.
Lá longe, um menino olhava para eles, com vontade de brincar também. Ele era tão pobre, mas tão pobre que nem tinha nome. Também ele não tinha papai, nem mamãe. Vivia sozinho
Será que você seria capaz de viver sozinho, sozinho ?
Como você iria comer ? E prá tomar banho ? Quem iria lavar sua roupinha ? e a casa quem limparia ?
Puxa ? E às vezes a gente ainda acha ruim das coisas que mamãe faz, não é
Reclama da comida, reclama porque queria um brinquedo novo, não é assim ?
E a mamãe, bondosa, faz tudo pra gente. A cama, o leite quentinho, a comidinha !
Hum ! Como é bom ter mãe ! Até bolo no dia do aniversário ela faz !
Mas, se aquele menino pobre não tinha nome, então como é que os outros o chamavam ?
Era assim:
- Psiu ! Menino !
Ou então assim:
- Moleque !
Pobrezinho !
Onde será que ele dormia ?
- Sabem onde era ?
- Embaixo de uma ponte de um rio, peto do mar.
Não tinha cobertor, nem travesseiro. Dormia ali, sozinho, no capim, com fome e com frio. Ninguém dizia para ele: Boa noite, filhinho !
Não faz mal, agora ele estava ali, na areia da prai, olhando o Serginho jogar bola.
Como ele gostava desse menino !
E, numa tarde quente, todos ouviram um grito.
- S E R G I N HO !
Era a mamãe dele. Serginho saiu de perto dela e sumiu. Ele não esta em nenhum lugar. Todos ajudaram a procurá-lo, mas ninguém o encontrou.
- O mar engoliu meu filho – falou chorando a mãe.
Que dor ela estava sentido !
Os pescadores pegaram seus barcos e foram para o mar procurar o garoto.
Mas não o encontraram.
E AGORA ?
- Psiu, psiu ! não chore, eu vou achar o Serginho.
Mamãe até se assustou com aquele “psiu”
Era o menino sem nome que estava chorando também e prometeu achar o Serginho.
- Que lindos olhos você tem – falou a mamãe.
– Como eu nunca havia reparado ?
O garoto saiu devagarzinho, tão devagarzinho que mamãe nem percebeu. Ele olhou o mar, os barcos, os pescadores, as pessoas aflitas, olhou as montanhas de sal, tão branquinhas, e viu muitas marcas de pés na areia e no sal. Olhou bem e saiu andando. Andou, andou, até que o sol lindo foi embora e a lua começou a aparecer no céu.
Tudo ficou escuro. Ele estava sozinho.
- Aí, como estou cansado - falou o garotinho. – Que fome ! Que sede !
Sabem por que ele estava procurando tanto o Serginho ?
Porque gostava muito dele e Serginho sempre sorria para ele na praia.
Mas o menino sem nome não estava agüentando mais e chamava: SER-GI-NHO, SER-GI-NHO. !!!
O mar estava fazendo um barulho tão forte ! E o menino caiu. Não podia mais andar de cansado e de fome. Ficou deitado na areia e então, viu no chão, a marca de uns pés. Conseguiu se levantar. Gritou com todas as forças:
- SER – GI – NHO !!!!!! SER – GI – NHO.
- Hã, hã, hã, hã.....hã...ele ouviu.
- E gritou outra vez.
- SER – GI – NHO !!!! SER – GI – NHO,
- Hã, hã, hã.......hã.
É MEU AMIGO - PENSOU. E se levantou.
O choro vinha de uma salina, de uma montanha de sal. O menino espalhou a areia e descobriu um garoto caído, quase morto..........Chegou mais perto.
- Ó lua, ilumina aqui prá mim !
E ele viu muito bem. Sabem quem estava ali ?
SERGINHO.....SERGINHO.
Seu coração bateu muito forte.
- Sou eu, sou eu, seu amigo !
Serginho abriu os olhos mas não podia nem falar.
O GAROTO SEM NOME TENTOU ERGUÊ-LO. Não conseguiu E agora ?
Então ele se jogou no chão e chorou.
- Poc....poc...poc....poc.....poc....poc....poc....poc.
Ele abriu os olhos e viu um burrinho maltratado, magro que vinha andando muito devagar. Era um BURRINHO, que sempre andava por ali, e os garotos atiravam pedras nele, coitado! Mas Serginho não fazia isso. Ele até o chamava de Valente. Então ele chamou:
- Valente.
E valente vejo e encostou a cabeça no menino.
- Burrinho querido, será que você pode me ajudar ?
O burrinho balançou a cabeça fazendo de conta que entendeu.
O pobrezinho falou: - Abaixa, abaixa, burrinho !
E o burrinho abaixou.
Então o menino conseguiu colocar o Serginho em cima dele e foram os três andando. Andaram, andaram, até que o sol estava querendo aparecer. Então o menino sem nome viu a casa do Serginho.
Todos estavam acordados La dentro. A luz estava acesa. Como mamãe e papai poderiam dormir sem o Serginho, não é ?
E o menino sem nome chegou a porta e bateu:
- Pã, pã, pã, pã.......
- Quem bateu – perguntou A MAMÃE e correu para a abrir a porta.
- Oh! Meu filho !
- VOCE, menino de olhos lindos ?
Ele deu um sorriso gostoso e caiu no chão sem forças.
Foi uma festa na casa de SERGINHO. O povo correu para lá.
- Quem o achou, quem foi ?
E mamãe falou:
- Foi este menino valente que de hoje em diante vai ser meu filho também. Vai se chamar PAULO. Não é mais um menino sem nome. É PAULINHO.
E Paulinho começou a chorar e recebeu seu primeiro abraço.
Agora, quando ia dormir, tinha o SERGINHO do seu lado e ouvia uma voz meiga que lhe dizia:
- Boa noite, filhinho !
E quanta comida gostosa! E que roupas bonitas !
(redigitado por Elgita Paganelli Reis)
Há 5 anos